18 de dezembro de 2008

Vasinho Quebrado


E no começo tudo era o só
mesmo havendo os outros
e no começo eramos eu e mim
mesmo havendo os outros
e no começo havia o palhaço
mas não havia a trupi
foi então que conheci você
puxa vida! quem diria que eu teria um amigo
daí então era o nós
e havia também os outros
daí então fui apresentada ao afeto
quem me dera ter conhecido o abraço
a chuva caiu derrepente
e o violão perdeu suas cordas
e agora tudo que temos é um vasinho quebrado
e no final tudo se desfez
olhares presos no vazio
cabeças que pesam sobre o corpo
acabou-se o vinho
e no final o riso caiu em prantos
mesmo havendo os outros
e no final o que há?
olhos embotados
o que fazer para anestesiar esta dor ?
uma dose letal de lágrimas?
os desígnios da providência são insondáveis
saudades do meu amigo.

De: Polyana Silva
Para: o maluco do Jean Rousseau

Nenhum comentário: